O caso do apresentador Fausto Silva colocou em evidência o sistema de transplantes no país.
Faustão, como é carinhosamente chamado pelos fãs, entrou na fila por um novo coração no fim de semana passado e, neste domingo, após sete dias de espera, recebeu um novo órgão.
A rapidez com que o novo coração chegou despertou curiosidade sobre o funcionamento da fila de transplantes no país – que é única e gerida pelo SUS. Ou seja, vale tanto para pacientes que realizam o procedimento em hospitais particulares como para aqueles que realizam a cirurgia na rede pública – e é única para todo o país.
De acordo com alguns especialistas, o termo fila, inclusive, não é o mais adequado, já que o tempo de espera não é o fator determinante para a realização de um transplante.
Compatibilidade sanguínea, de peso e altura, localização de doador e receptor e estado de saúde do paciente, por exemplo, são mais importantes na hora de determinar quem vai receber o órgão.
Quando esses critérios técnicos são semelhantes, aí sim a ordem de inscrição na lista, funciona como critério de desempate.
Em nota, após a realização do transplante do apresentador, o Ministério da Saúde reforçou que o Brasil tem o maior sistema público de transplantes de órgãos no mundo e que as condições são de igualdade tanto para quem realiza o procedimento no SUS como na rede particular.
Apenas este ano, de janeiro até o último domingo, foram realizados 262 transplantes de coração em todo país – incluindo o do apresentador Faustão.
72 desses pacientes, o que equivale a praticamente 1 em cada 3, aguardou menos de 30 dias para receber o órgão, assim como aconteceu com o apresentador. 65 pessoas esperaram entre 30 e 90 dias.
Ainda de acordo com dados da pasta federal, apenas na semana passada, entre os dias 19 e 26 de agosto, foram realizados 11 transplantes de coração no Brasil, sete deles no estado de São Paulo, que é a unidade da federação com maior volume de transplantes.