A Organização Meteorológica Mundial, ligada à ONU, anunciou nesta quarta-feira que o fenômeno Laninha deve vir mais tarde do que o previsto neste ano. Em junho, a OMM estimava uma probabilidade de 70% do Laninha entre julho e setembro, mas agora a revisão aponta para 55% entre setembro e novembro, e de 60% entre outubro e fevereiro de 2025.
O fenômeno é caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico abaixo de 0,5°C negativos. A meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia, Maite Coutinho, explica os efeitos no Brasil.
“A La Niña ela impacta pelo Nordeste, região norte, com chuvas volumosas, enquanto pra região centro sul com chuvas abaixo da média. Isso é uma tendência de quando ocorre o fenômeno La Niña podem impactar nestas regiões.”
No entanto, a ocorrência do fenômeno não pode ser vista como uma esperança para que se dissipe a fumaça das queimadas que se espalhou por boa parte do país e piorou a qualidade do ar.
Climatologicamente falando, estamos vivendo um período seco. É normal nessa época do ano termos temperaturas elevadas e baixa umidade relativa, só que agora tem as queimadas, e as queimadas muitas vezes é provocado por um ano, então acaba meio que prejudicando ainda mais a situação, não tem chuva, tá tudo seco, a temperatura elevada então só piora a situação, então para minimizar essa situação precisaria de chuva mais frequente, entendeu, independente do fenômeno laminha ou não.
Mas segundo a meteorologista, a tendência é que a situação melhore nas próximas semanas. A esperança vai ser as chuvas que devem ocorrer no final dessa estação seca. A estação seca acaba em setembro. Quando começar outubro, até final de setembro, já deve ocorrer algumas chuvas lindas. Mas essas fumadas, amenizar a situação da umidade relativa que está muito baixa, é quando quiser uma chuva mais frequente. Então a gente vai ter um alívio na questão da umidade e também da fumaça.
A agência da ONU também destaca que, apesar desses eventos climáticos naturais como o Laninha, o contexto mais amplo é o das mudanças climáticas provocadas pelo homem, que aumentam as temperaturas globais, intensificam eventos climáticos extremos e alteram padrões sazonais de chuva e temperatura.