A polarização alimenta a política brasileira, a análise é do cientista político Rodrigo Prando que acredita que as eleições municipais darão prosseguimento ao pleito de 2022. Isso porque os dois principais atores do cenário nacional continuam sendo o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o antecessor deles Jair Bolsonaro.
Mas até que ponto esses dois nomes têm força suficiente para transferir votos de fato? A última presença da cast em São Paulo, por exemplo, mostrou vários cenários de sondagem, inclusive entre eleitores do ex e do atual presidente. Mas como eles estão preparados para de fato participar da campanha? O cientista político Rodrigo Prando entende que há um rescaldo expressivo das eleições de 2022.
Os dois certamente terão um papel importante. Nem sempre o papel importante significa uma influência direta e que eles apoiam. Aquele candidato a prefeito, por exemplo. Que eles apoiam serão eleitos, porque a eleição municipal ela tem uma lógica muito particular, uma lógica que na grande maioria das vezes traz à tona os problemas do município.
Agora inegavelmente uma sociedade extremamente polarizada e alguns até chamam de calcificação política em dois grandes grupos certamente vão influenciarem. O cientista político avalia que esse período eleitoral já vai ser também uma prévia para 2026.
Existe um ecossistema político no qual prefeitos eleitos, bem como seus vereadores, ou seja, o poder local acaba tendo força para pedir voto para aqueles candidatos que se colocarão no pleito de 2026, o que significa que para o PT é muito importante, tendo o presidente da república com mandato, fazer o maior número possível de prefeitos. E vereadores, e também daqueles partidos coligados ou no campo ideológico da esquerda na qual se encontra o PT.
De outra forma, da mesma maneira, a gente já tem um congresso preponderantemente conservador . O professor Rodrigo Prando lembra que muitos dos demais candidatos nessas eleições vão utilizar em suas campanhas movimentos contra essa chamada polarização.