Uma boa convivência no trabalho é essencial, pois permite que os funcionários realizem as atividades de forma saudável e harmônica. Mas, apesar de todos os esforços para se darem bem, muitas vezes, existe aquela pessoa que deixa o ambiente pesado, com atitudes desagradáveis, gerando agressão verbal e, em alguns casos, física. Mas, afinal, o que é o famoso funcionário tóxico?
Segundo a psicóloga e professora do curso de Psicologia da Universidade Cruzeiro do Sul, Dra. Célia Regina da Silva Rocha, essa pessoa sente prazer em dificultar e estragar o dia dos demais colegas de trabalho, possuindo uma grande capacidade de manipular os outros e causar emoções e situações nocivas. “Geralmente, esse tipo de colaborador dramatiza situações para se sobressaírem em relação as outras”, diz.
Assim, Célia resume que os funcionários tóxicos podem fazer elogios que não são verdadeiros, tendem a criar problemas com questões pessoais, disseminam negatividade e desconfiança por meio de mágoa, medo e raiva entre os colegas. Ainda, em geral não assumem as próprias responsabilidades, transferem a culpa de seus erros aos demais colegas e não têm empatia pelos problemas alheios.
“Podem ser inconvenientes na forma como se dirigem aos parceiros de trabalho, humilhando-os, utilizando sarcasmo, apontando os erros e repreendendo-os na presença dos demais colegas e ou clientes, sem se preocuparem com as consequências de suas atitudes. Não se mostram felizes com o sucesso e destaque dos demais, sentindo-se preterido e prejudicado”, explica a docente.
Nesse sentido, há um estudo populacional conduzido por pesquisadores da University of South Australia que revelou que enfrentar um ambiente de trabalho tóxico aumenta o risco de depressão em 300%. Os dados indicam que os funcionários de organizações que não priorizam a saúde mental de seus colegas têm um risco três vezes maior de desenvolver depressão do que outros trabalhadores.
“Normalmente dentro do ambiente de trabalho é esperado que haja um clima e relações saudáveis entre as pessoas. No entanto, isso nem sempre acontece por conta dos indivíduos tóxicos. A forma como essas pessoas agem favorece o clima desfavorável, sobrecarregando as relações interpessoais, permeado pela insegurança e medo, gerando ansiedade, estresse e depressão”, destaca a professora do curso de Psicologia da Universidade Cruzeiro do Sul.
Rocha ressalta que esses funcionários não são denunciados no trabalho por medo de represálias, principalmente quando os agressores ocupam cargos mais elevados. “Buscamos em um ambiente corporativo relacionamento e convívios saudáveis, estabelecendo uma relação de confiança, autonomia e respeito. Mas, infelizmente pode acontecer de entrarmos numa relação com uma pessoa tóxica sem percebermos.”
Mesmo assim, Célia considera pertinente lembrar que nem sempre uma pessoa difícil em ambiente de trabalho significa que essa pessoa é tóxica. Por isso, é importante se atentar aos sinais demonstrados pelo colega.
Dicas de como lidar com essas pessoas no ambiente profissional:
- Não se esqueça que você está em seu ambiente de trabalho, por isso busque ter uma relação estritamente profissional, convivendo e respeitando os colegas;
- Procure se afastar de comentários negativos em relação a empresa ou aos companheiros e que não fazem parte da rotina e atividades;
- Não permita que a toxidade dessa pessoa intervenha no seu emprego e na sua vida pessoal ou familiar.
Com isso, a docente do curso de Psicologia da Universidade Cruzeiro do Sul salienta que é importante os funcionários estarem atentos aos seus sentimentos diante dessas pessoas, das situações vivenciadas e enfrentadas no seu cotidiano profissional de como o comportamento do agressor pode afetá-lo. “Isso poderá auxiliar na interação com esse tipo de colega, na medida em que você diferencia as pessoas difíceis das pessoas tóxicas e, principalmente conheça a si mesmo e estabeleça os seus próprios limites”, finaliza.
Fonte: XCOM Agência de Comunicação Universidade Cruzeiro do Sul