Para muitos de nós, a idade cronológica é um número que usamos para identificar quantos anos temos desde o nascimento. No entanto, descobertas recentes mostram que a idade biológica é um conceito igualmente importante a ser considerado. Ela se refere ao estado de saúde das células e tecidos de um organismo e é influenciada por diversos fatores, incluindo doenças, medicamentos, mudanças de estilo de vida e exposições ambientais.
A idade biológica é uma medida da saúde das células e tecidos de um organismo. Ela se refere à idade real do corpo, ou seja, quão bem as células e tecidos estão funcionando em relação ao esperado para determinada idade cronológica.
Essa descoberta indica que a idade biológica não está necessariamente ligada à idade cronológica e pode ser influenciada por diversos fatores ao longo da vida.
Embora a idade biológica seja na maioria determinada por fatores genéticos, ela pode ser influenciada por diversos fatores ao longo da vida. Alguns desses fatores incluem:
• Estilo de vida: hábitos saudáveis, como exercício físico regular, alimentação balanceada e sono adequado, podem ajudar a manter uma idade biológica mais jovem.
• Exposições ambientais: a exposição a poluentes ambientais, como ar poluído e produtos químicos tóxicos, pode acelerar a idade biológica.
• Doenças: doenças crônicas, como diabetes e doenças cardíacas, podem acelerar a idade biológica de uma pessoa.
• Tratamentos médicos: alguns tratamentos médicos, como quimioterapia e radioterapia, podem afetar a saúde das células e tecidos, acelerando a idade biológica.
O estresse crônico e a idade biológica
O médico nutrólogo e endocrinologista, Dr. Ronan Araujo, comenta que o estresse crônico é um dos problemas de saúde mais perigoso atualmente. É importante que as pessoas sejam conscientes dos efeitos negativos do estresse na saúde e idade biológica e adotem estratégias eficazes de gerenciamento de estresse.
Pesquisas da Divisão de Genética de Brigham mostram que, quando aliviado o estresse, a idade biológica pode ser restaurada. Isso significa que encontrar maneiras de ajudar o corpo a se recuperar do estresse pode aumentar a longevidade.
As descobertas indicam que o estresse severo aumenta a mortalidade, pelo menos em parte, pelo aumento da idade biológica, segundo estudo da Escola de Medicina de Harvard. Estudos mostram que o estresse crônico pode contribuir para problemas fisiológicos que favorecem o envelhecimento celular prematuro.
O estresse pode causar inflamação crônica no corpo, associada a uma série de problemas de saúde. Também pode afetar o sistema imunológico, reduzindo sua eficácia em combater infecções e doenças.
Ronan Araujo comenta também que, além disso, o estresse pode afetar o sistema hormonal, causando desequilíbrios hormonais que podem afetar o metabolismo, a função cerebral e a saúde emocional. O estresse também pode afetar o sono, essencial para uma boa saúde e para a manutenção de uma idade biológica saudável.
A idade biológica é importante porque é um bom indicador da saúde e longevidade de uma pessoa. Pessoas com idade biológica mais jovem tendem a ter melhor saúde e viver mais que aquelas com idade biológica mais avançada.
Até recentemente, a idade biológica era medida principalmente por meio de exames médicos e avaliações de risco de doenças. No entanto, agora existem novas técnicas que permitem medir a idade biológica de forma mais precisa.
Uma dessas técnicas é o uso de “relógios biológicos”, que medem os níveis de alterações moleculares no DNA que podem indicar um aumento no risco de morbidade e mortalidade. Esses modelos são amplamente utilizados no campo de pesquisa do envelhecimento.
Outra técnica é o uso de relógios de metilação do DNA, que medem os níveis de metilação de vários locais em todo o genoma. Esses níveis mudam previsivelmente ao longo da idade cronológica e podem ser usados para estimar a idade biológica de uma pessoa com base em seu perfil de metilação.
A idade biológica sofre um rápido aumento em resposta a diversas formas de estresse, que é revertida após a recuperação do estresse. Os estudos revelam uma nova camada da dinâmica do envelhecimento que deve ser considerada em estudos futuros. A elevação da idade biológica pelo estresse pode ser um alvo quantificável e acionável para futuras intervenções.
O envelhecimento é classicamente conceituado como uma trajetória cada vez maior de acúmulo de danos e perda de função, levando ao aumento da morbidade e mortalidade. No entanto, estudos recentes levantaram a possibilidade de reversão da idade. A idade biológica é fluída e exibe mudanças rápidas em ambas as direções. Na epigenética, níveis transcriptômicos e metabolômicos, descobrimos que a idade biológica de camundongos jovens é aumentada pela parabiose heterocrônica e restaurada após o descolamento cirúrgico.
Existem muitas pesquisas que apoiam o papel do gerenciamento de estresse na promoção do envelhecimento saudável. Por exemplo, um estudo de 2013 publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA) encontrou que a meditação mindfulness, uma técnica de redução de estresse, pode ajudar a reduzir a inflamação celular associada ao envelhecimento.
Outro estudo de 2017 publicado na revista Aging Cell descobriu que a redução do estresse através da meditação pode ajudar a preservar o comprimento dos telômeros, relacionados ao envelhecimento celular.
