Ovos de Páscoa tiveram um aumento médio de 18 % na negociação com fornecedores neste ano. A informação consta em uma pesquisa da consultoria Área Central, feita em mais de 100 supermercados de São Paulo, Rio Grande do Norte e Bahia. O executivo de relacionamento, Cristiano Martins, responsável pela análise, aponta mudanças no mercado consumidor com maior concorrência de lojas especializadas.
No ano passado, ainda foi registrado queda de 40 % nas vendas do produto em supermercados. Com isso, lojistas têm apostado em itens mais baratos, como barras de chocolates e caixas de bombons. No ano passado, as vendas de chocolate na Páscoa cresceram 10 % em todo o Brasil, enquanto a de ovos de chocolate caíram 7%, segundo pesquisa da Scantec feita para a revista Exame.
Fabricantes também diminuíram os tamanhos das embalagens na tentativa de impactar menos o consumidor, lembra Cristiano Martins. Foi a adaptação da indústria para não repassar o aumento de preço, aquela questão da diminuição do volume do chocolate, o que barateia o custo de fabricação, mas não impacta no preço final, o que dá a sensação para o cliente de que ele está comprando o mesmo produto pelo mesmo valor.
E o último é a questão da apresentação dos produtos para aliviar a carga tributária. Eles mantiveram alguns padrões, só que modificaram outros para melhorar a margem por fabricante. Diante do cenário com preços mais altos e consumidor de chocolate, o bancário Denis Lemos vai fazer diferente este ano.
Apesar das altas do preço, eu vou comprar, mas eu vou reduzir, ainda que eu compre um e depois eu compro caixas de chocolate, tablets para complementar a questão da Páscoa. Os principais países produtores têm enfrentado problemas climáticos para a produção de cacau, o que resulta no aumento de preços em todo o mundo.
Nesta terça-feira, por exemplo, a tonelada do fruto era comercializada acima dos 6 mil dólares na Bolsa de Nova York, alta de 137 % em relação ao mesmo período do ano passado.
