Trabalhar por conta própria tem vantagens e desvantagens. Entre os pontos positivos, está a possibilidade de controlar o próprio tempo, uma liberdade maior para se dedicar tarefas que não sejam profissionais, não ter um superior cobrando resultados ou alguém a quem dar satisfação a todo instante.
No entanto, há também as desvantagens desse cenário. Na maioria das vezes, o trabalho autônomo não garante um valor fixo de remuneração, não existem os benefícios de um vínculo trabalhista, como vale alimentação ou plano de saúde, e nem as garantias trabalhistas, como o FGTS, por exemplo. Além disso, as férias não são remuneradas.
Há também o fato de que a informalidade é bem maior entre os trabalhadores autônomos, ou seja, muitos brasileiros que trabalham por conta própria acabam exercendo atividade sem ter CNPJ.
Pesando prós e contras, no entanto, o trabalho autônomo acaba agradando uma parcela da população.
Pesquisa realizada em dezembro, com duas mil pessoas, pela FGV, a Fundação Getúlio Vargas, revela que um em cada três trabalhadores por conta própria prefere trabalhar assim mesmo.
Dos trabalhadores por conta própria que foram ouvidos, 33,5%, considerando formais e informais, disseram sempre ter trabalhado dessa forma, o que significa que 66,5% ou estavam desempregados antes ou tiveram outros tipos de ocupação: ou um emprego com carteira assinada ou um emprego sem carteira.
De acordo com o levantamento, o principal motivo que levou ao trabalho por conta própria foi necessidade de ganhar dinheiro, diante do desemprego.
Mas a busca por independência e a busca por flexibilidade de horário de trabalho foram motivos citados por praticamente um terço dos entrevistados – e são razões, segundo analistas da FGV, que indicam que o trabalho por conta própria foi uma opção, não uma necessidade.
