Mais barato do que os produtos de referência, o medicamento genérico está presente há 24 anos no Brasil e tem ampliado o acesso a tratamentos de saúde para a população, principalmente aquelas de baixa renda. Criado pela Lei 9.787/1999, que permitiu o registro e comercialização, por qualquer laboratório farmacêutico, de medicamentos com patentes expiradas.
“O genérico aumentou a competitividade do mercado farmacêutico, resultando em melhores ofertas para os consumidores e facilitando o acesso e a adesão da população ao tratamento de diversas doenças”, explica o farmacêutico e gerente de inovação e pesquisa clínica da Prati-Donaduzzi, Liberato Brum Junior. “O valor do medicamento genérico é no mínimo 35% menor em comparação com o medicamento de referência, o que garante a continuidade do tratamento de saúde e, consequentemente, melhora a qualidade de vida, aliviando sintomas e curando doenças”, complementa Liberato, que faz parte de uma das principais indústrias de medicamentos genéricos do país. Atualmente, a Prati-Donaduzzi é a maior produtora de medicamentos genéricos em doses terapêuticas e está presente em cerca de 60 mil farmácias e mais de 36 mil unidades básicas de saúde distribuídas por diversos estados brasileiros.
No entanto, mesmo assim, muitas pessoas ainda resistem ao genérico e optam por pagar mais caro pelo produto de referência. Liberato explica que, de forma geral, o medicamento de referência é aquele que traz inovação e é o primeiro a ser comercializado no país, após a certificação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Isso requer um trabalho de pesquisa que garante a segurança e a qualidade, e comprovação científica junto ao órgão regulador por meio de ensaios clínicos. Em seguida, vem o genérico, que contém os mesmos princípios ativos, mesma dose e forma farmacêutica, mesma posologia e mesma indicação terapêutica. Dessa forma, ele oferece eficácia e segurança equivalentes ao medicamento de referência, comprovados por meio de ensaios de equivalência e bioequivalência farmacêutica.
A médica de Família e Comunidade e professora da Universidade Positivo, Nathalie de Paula Damião, reforça que o medicamento genérico possui a mesma eficácia que o de referência, comprovada por laboratórios e com todas as certificações necessárias para garantir a segurança do tratamento. “Quando pensamos em um paciente que toma vários medicamentos de uso contínuo e, muitas vezes, precisa de mais algum para fases agudas da doença, a diferença no custo final é muito grande. Se ampliarmos isso para municípios e estados que precisam fornecer medicamentos para o SUS, a importância do genérico é ainda maior”, destaca a médica.
Mesma eficácia
O medicamento genérico possui a mesma qualidade, segurança e eficácia do medicamento de referência. Sua intercambialidade é assegurada por testes de equivalência, que incluem comparações in vitro e estudos de bioequivalência em humanos e apresentados para avaliação final da Anvisa.
“As grandes indústrias farmacêuticas utilizam tecnologia de ponta e realizam avaliações rigorosas para cumprir todos os procedimentos de boas práticas de fabricação e controle de qualidade lote a lote, empregando e validando metodologias e processos de acordo com padrões internacionais de qualidade e referência. Isso garante que a classe médica e os pacientes tenham acesso a medicamentos genéricos que atendam a todos os padrões de qualidade, segurança e eficácia”, ressalta Liberato.