O número de inadimplentes no país teve uma pequena queda em fevereiro de 2024 na comparação com janeiro e atinge 66,6 milhões de brasileiros. O indicador realizado pela CNDL, Confederação Nacional de Dirigentes Logistas e pelo Serviço de Proteção ao Crédito, SPC Brasil, aponta que 4 em cada 10 pessoas estavam negativadas em fevereiro deste ano. Já na comparação com o mesmo período de 2023, o indicador apresentou crescimento de quase 2,8%.
Daniel Sakamoto, mestre em Políticas Públicas e governo pela FGV e gerente executivo na CNDL, explica por que a inadimplência continua alta no país. Apesar da inflação estar sob controle, em alguns setores ela está acima da meta. Além disso, os preços estão subindo mais lentamente, mas eles se encontram num patamar elevado, pois a gente teve um longo período de inflação alta. O mesmo ocorre com a TN. Taxa de juros. Ela está no ritmo de queda nos últimos meses, mas o patamar da Selic continua alto.
Hoje está em 11,25, lembrando que há apenas três anos atrás a Selic estava em 2%. Então somado a isso, tem a questão também do poder de compra da população, que segundo dados recentes, mostra que caiu 5% nos últimos anos. E esse dado é importante porque ele considera vários fatores, como a inflação, os juros, o desemprego e a renda média do trabalhador. Para quem está com dificuldades de pagar as dívidas, Daniel Sacamoto dá algumas dicas para o controle financeiro. O ideal é fechar a torneira dos gastos. Não tem jeito. É reduzir ao máximo o consumo do dia a dia para ter uma sobra ali para poder quitar as dívidas.
O importante é priorizar a quitação das dívidas, especialmente aquelas que estão incidindo juros maiores. É escolher as dívidas mais caras se você tiver mais de uma dívida. Então vale a pena procurar os credores, sejam empresas, sejam bancos, para renegociar. E de maneira bem transparente, mostre quanto você consegue pagar mensalmente, a chance de dar certo e você ter aí. Uma boa renegociação é maior.