As empresas de apostas esportivas online terão de obter autorização de funcionamento no Ministério da Fazenda para poder fazer anúncios no Google. A mudança, que já está valendo, reflete as novas exigências de regulação no Brasil. Para poder anunciar no Google, as bets terão de obter uma certificação junto a plataforma. Até mesmo operadores de jogos de corridas de cavalos e loterias terão de obter nova certificação.
Agregadores de jogos de azar estão impedidos a partir de agora de publicar anúncios. Essa é mais uma medida na ofensiva para colocar freio nas ações das bets ilegais. Após estudo do Banco Central apontando os gastos dos brasileiros com as apostas esportivas, o governo está mobilizado para impor regras ao setor.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que cerca de 500 bets que não entraram com pedido de formalização junto ao governo terão seus sites derrubados na próxima semana pela Anatel.
Ao suspender as bets não autorizadas pelo Ministério da Fazenda, a intenção do governo é separar companhias sérias do setor daquelas com atuação suspeita, sobretudo as envolvidas em operações policiais.
No final de agosto, o Ministério da Fazenda recebeu 113 pedidos de autorização, de um total de 108 empresas, para atuar no mercado de apostas esportivas no país. Nessa lista, está a Caixa Loterias, subsidiária da Caixa Econômica Federal. O número de solicitações superou as estimativas da equipe econômica, que quase quintuplicou a projeção de arrecadação com o setor neste ano.
No Orçamento de 2024, a estimativa de receita com a regulação dessas apostas é de R$ 728 milhões. Após os pedidos, a Fazenda projetou até R$ 3,4 bilhões, caso todas as interessadas atendam às regras estabelecidas na regulamentação. Em dezembro, o Estadão já havia antecipado que a cifra poderia ultrapassar os R$ 3 bilhões em 2024. Na ocasião, 134 empresas haviam solicitado autorização prévia.