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Dicas para se preparar para o Enem e vestibulares sem perder o equilíbrio entre desempenho e bem-estar físico e mental 

A reta final de preparação para o Enem e os vestibulares é um período que costuma intensificar a rotina de estudos e aumentar a pressão por resultados. Muitos estudantes acabam deixando de lado momentos de lazer, dedicando-se ao máximo aos conteúdos e cobrando-se de forma excessiva. Embora seja importante manter disciplina e constância nos estudos, exageros podem comprometer tanto a concentração quanto o desempenho no dia da prova.

Segundo especialistas em educação, a chave para atravessar essa fase está no equilíbrio: organizar um cronograma de estudos eficiente, praticar com simulados e revisões direcionadas, mas também reservar tempo para descanso e atividades prazerosas. “Mais do que a quantidade de horas estudadas, o que faz diferença é a qualidade da preparação. Estudantes que respeitam seus limites e mantêm uma rotina equilibrada costumam apresentar melhores resultados”, destaca Fabiana Santana, assessora pedagógica do programa de educação socioemocional Líder em Mim.

Na reta final, é comum que os jovens foquem somente nos estudos, abram mão de momentos de lazer e aumentem os níveis de cobrança pessoal. Esse comportamento, embora esperado, pode agravar a ansiedade e o estresse. “É essencial adotar estratégias para manter o equilíbrio físico e emocional nesse período, pois o excesso de pressão pode ser prejudicial tanto para o desempenho nas provas quanto para o bem-estar geral”, reforça a pedagoga.

Mas afinal, como se preparar emocionalmente para os vestibulares e o Enem? Para ajudar os estudantes nesse desafio, professores e especialistas reuniram dicas práticas e valiosas. Confira a seguir:

  1. Estude, mas respeite seus limites

Estudar de forma exagerada pode parecer produtivo, mas o efeito costuma ser o oposto: o cansaço mental compromete a memorização e aumenta a irritabilidade. Ter um cronograma realista, com tempo para pausas, lazer e descanso, ajuda a manter a mente mais preparada. “Mais importante do que a quantidade de horas estudadas é manter a constância e a qualidade do aprendizado, sempre respeitando os próprios limites”, explica Jessé Valério, diretor geral da Unidade São José do Rio Preto (SP) da Start Anglo Bilingual School.

Ele ressalta que respeitar sinais de exaustão, como dores de cabeça, insônia ou dificuldade de concentração, é fundamental para evitar o esgotamento. “Alunos emocionalmente estáveis tendem a apresentar alta performance acadêmica”, completa.

  1. Não se compare com outros candidatos

O desempenho acadêmico é individual e cada pessoa tem um ritmo de aprendizagem. Comparar-se com outros pode gerar insegurança, sensação de fracasso e perda de confiança. De acordo com Victor Haony, assessor pedagógico da Mind Makers, solução da SOMOS Educação que desenvolve disciplinas inovadoras, aprendizado é particular, cada aluno tem um ritmo próprio e ideal para absorver as informações com clareza. Comparar-se com outros é prejudicial, especialmente nesse período de alta pressão. Ele lembra que até mesmo as estratégias de estudo são diferentes. “Alguns aprendem melhor lendo, outros praticando exercícios, o importante é encontrar o método que funciona para si e confiar no processo”.

  1. Faça pausas estratégicas e programadas

Estudos mostram que o cérebro precisa de períodos de descanso para consolidar memórias. Métodos como o Pomodoro, que intercala 25 minutos de estudo com 5 minutos de pausa, são altamente recomendados. “Reservar momentos tanto para o estudo quanto para o lazer permite que a mente assimile o conteúdo sem sobrecarga. Pausas estratégicas ajudam a manter o foco e a produtividade”, comenta Maysa Barreto, auxiliar pedagógica da plataforma Redação Nota 1000. “Além disso, pequenas pausas físicas, como alongamentos e respiração profunda, ajudam a reduzir a tensão corporal e melhorar a circulação”, complementa.

  1. Inclua atividades prazerosas na rotina

Inserir momentos de lazer ajuda a reduzir a ansiedade e facilita a fixação de conteúdos. Atividades como ouvir música, caminhar, praticar hobbies ou até assistir a filmes podem ser grandes aliadas. “O aprendizado é contínuo, mas quando feito com leveza e prazer, torna-se mais natural. O Enem deve ser visto como uma oportunidade de mostrar conquistas, não como um obstáculo”, reforça João Paulo de Oliveira Silva, assessor pedagógico do Eduall. Segundo ele, atividades prazerosas também ajudam a desenvolver habilidades cognitivas, como a concentração e a criatividade, que são úteis na resolução das provas.

  1. Evite o excesso de simulados na reta final

Embora os simulados sejam importantes, sua eficácia depende da reflexão sobre os erros cometidos. O excesso, sem tempo para análise, pode gerar frustração. “À medida que o aluno realiza os simulados e, principalmente, analisa seus erros e acertos, ele consegue perceber sua evolução. Essa sensação de progresso é um forte motivador para combater a insegurança”, afirma Yan Luz, coordenador de segmento da rede Anglo Alante. Ele recomenda priorizar revisões direcionadas e não apenas repetir exercícios por quantidade.

  1. Reconheça os sinais de sobrecarga emocional

A ansiedade pode se manifestar de várias formas, como insônia, alterações no apetite, crises de choro e até isolamento social. Identificar esses sinais é essencial para que o estudante busque apoio e não permita que a situação se agrave. “O cuidado preventivo é parte fundamental do nosso trabalho. Por isso, treinamos nossos educadores para identificar sinais que podem gerar preocupação, como isolamento repentino ou desmotivação profunda. Nesses casos, o aluno é acolhido em nosso modelo de Suporte Multinível (MTSS), que inclui desde aulas de educação socioemocional até o encaminhamento para psicólogos externos, quando necessário”, explica Maria Laura Sanchez Toca, coordenadora do Student Well-Being Center da Beacon School.

  1. Entenda que a prova não define quem você é

Apesar de sua importância, o Enem não deve ser tratado como o único parâmetro de sucesso acadêmico ou pessoal. Cada aluno tem sua trajetória e pode alcançar seus objetivos por diferentes caminhos. “O Enem ou qualquer outra prova não define quem é o aluno. Cada indivíduo tem suas próprias habilidades e talentos e existem muitos caminhos possíveis para o aprendizado e a realização pessoal. Já acompanhei estudantes que não alcançaram o resultado esperado, mas encontraram outras rotas para seus projetos de vida”, destaca Arthur Bertagia de Souza, coordenador pedagógico da FourC Bilingual Academy.

  1. Use a leitura como ferramenta de fortalecimento emocional

Além de ser uma forma de ampliar o repertório cultural e linguístico, a literatura pode ajudar os estudantes a refletirem sobre sentimentos e desafios da vida. Laura Vecchioli do Prado, coordenadora da SOMOS Literatura, indica títulos como Aqui Dentro Há Um Longe Imenso, Os 13 Porquês e A Árvore do Medo. “Essas obras convidam à reflexão sobre identidade, emoções e relações humanas, temas centrais na vida dos adolescentes. Além disso, estimulam a empatia e ajudam a lidar melhor com as próprias emoções”, explica.

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