O ano de 2024 está terminando e o mês de dezembro traz consigo a última grande chuva de meteoros visível do ano: as Geminídeas. Este será o maior fenômeno do tipo em 2024 para o Hemisfério Sul, com até 150 meteoros por hora no pico, em condições ideais. Contudo, a proximidade da Lua cheia diminuirá a visibilidade dos meteoros. A chuva ocorre anualmente entre os dias 2 e 21 de dezembro e deve seu nome à constelação de Gêmeos, onde está localizado o radiante, o ponto no céu de onde os meteoros parecem se originar.
As Geminídeas são famosas pela luminosidade, cores intensas e pela produção de bólidos, conhecidos como “fireballs “. Além de serem reconhecidas como as mais intensas do ano, devem atingir o pico nas noites de quinta-feira (12) para sexta-feira (13) e de sexta para sábado (14).Durante esses dias, a Lua estará quase cheia, com mais de 90% de sua iluminação, o que diminuirá a clareza do fenômeno.
“Este ano, infelizmente, a proximidade da Lua cheia vai atrapalhar a visibilidade dos meteoros menos brilhantes das Geminídeas. Mas, em termos gerais, para uma boa observação, é preciso torcer para ter um tempo livre de nuvens e um céu claro, preferencialmente longe das luzes urbanas”, explicou o astrônomo e coordenador do Projeto Exoss, Marcelo de Cicco, que também atua em parceria com o Observatório Nacional (ON/MCTI).
Apesar da interferência da luminosidade lunar, será possível visualizar os meteoros mais brilhantes e bólidos, especialmente nas primeiras horas da madrugada, ao direcionar o olhar para longe da Lua. Não é necessário o uso de telescópios ou binóculos. “As melhores regiões para observação dos fenômenos são as áreas mais ao norte do Brasil ou fora do Brasil, no Hemisfério Norte, pois nesses locais o radiante se encontra mais alto no céu noturno, facilitando a observação dos meteoros”, detalhou Marcelo de Cicco. No Hemisfério Sul, a chuva ocorre com menor intensidade e é mais visível nas primeiras horas da madrugada.
As Geminídeas
Ao contrário da maioria das chuvas de meteoros, que se associam a cometas, as Geminídeas têm como objeto parental o asteroide 3200 Phaethon. Quando o corpo celeste se aproxima do Sol, ele libera partículas que, ao longo dos anos, penetram a atmosfera da Terra, criando os espetaculares rastros luminosos que vemos no céu. A atividade dessa chuva tem aumentado ano após ano, com a expectativa de atingir seu auge por volta de 2050.