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Café caro: o que explica a disparada de preços na prateleira?

Em alta desde 2021, o café subiu 35% nos últimos 4 meses. Em agosto, o quilo estava sendo vendido a R$ 40,00 em média e deve aumentar 15% nos próximos 60 dias. Números da Associação Brasileira da Indústria de Café que assustam a jornalista Carolina Oliveira, consumidora assídua da bebida.

É uma coisa que me assusta um pouco porque café é um produto que eu consumo todos os dias, várias vezes ao dia, então eu tenho que comprar numa certa quantidade. Com esse aumento aí você tem sempre que ficar reduzindo na qualidade do café que você compra.”

A perspectiva do preço para 2025 também não é nada animadora, segundo o setor. Especialista em finanças e diretor da Valorum Empresarial, Marco Sarmento, diz que a produção de café está em queda diante do clima desfavorável. No mundo inteiro, a produção de café caiu bastante, o que faz com que o preço se eleve. O motivo disso é que a produção de café, assim como a de outras variedades agrícolas, depende do clima e quando não é favorável, como foi o caso que aconteceu, a produção cai.

Quando a produção cai, tende a aumentar o preço do café, não apenas no Brasil, mas no mercado internacional também. Outro motivo é o câmbio. Nos últimos meses, nós estamos vendo uma apreciação forte do dólar. Com a valorização da moeda estadunidense, a indústria brasileira prefere exportar o produto a vender no mercado interno.

Os exportadores, os produtores brasileiros preferem exportar até uma quantidade maior de café no mercado internacional, porque assim, com a variação do câmbio sendo mais positiva, eles tendem a ganhar, a fazer mais dinheiro do que vendendo no mercado interno, assim como também, mesmo que o Brasil seja o maior exportador de longe de café no mundo inteiro, ainda assim, para vender em todo o mundo. Internamente, no mercado nacional.

Os produtores sempre referenciam o preço do café no mercado internacional. Uma mudança de cenário dependerá do clima, avalia o especialista em finanças Marco Sarmento. Dê condições climáticas mais favoráveis para que a produção de café no mundo inteiro possa ser maior e também uma redução no câmbio.

A Companhia Nacional de Abastecimento, CONAB, estima em 54 milhões de sacas de 60 quilos a safra do café no Brasil este ano, o que representa um corte de 7% na comparação com a previsão anterior.

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