Entre os dias 12 e 14 de novembro, o Colégio Santo Antônio promoveu o 1º Seminário de Educação Antirracista, reunindo estudantes, professores, gestores e convidados para debater o combate ao racismo e a construção de uma sociedade mais consciente e inclusiva. O evento, realizado nos espaços internos da instituição, teve como tema central “Rompendo silêncios, construindo consciências livres”.
Durante os três dias de programação, palestrantes de diferentes áreas compartilharam reflexões sobre identidade, direitos, história e práticas antirracistas no ambiente escolar. Entre os convidados, esteve presente o professor e jornalista João França, que destacou, em entrevista ao Vibe News, a relevância da iniciativa.
Segundo João França, o seminário representa “A realização de um evento como este é crucial, pois a escola desempenha um papel fundamental na organização e construção de nossas experiências sociais. Ao trazer o tema da negritude para esses espaços, podemos contribuir para a transformação da nossa cidade, estado e, consequentemente, do país. Não é possível discutir democracia sem abordar as questões raciais, pois a democracia pressupõe, entre outros aspectos, a participação de todos. Reconhecendo que vivemos em um país marcado pelo racismo, compreendemos que uma parcela significativa da população está distante da participação nos espaços de poder. Portanto, é essencial discutir este tema, especialmente no mês de novembro, quando celebramos a consciência negra, o que impulsiona iniciativas como esta, visando o combate ao racismo. É importante ressaltar que essas discussões devem continuar além de novembro. Estou honrado em estar aqui, não apenas para falar sobre o racismo e suas consequências, mas também sobre trajetórias de sucesso, as potencialidades e a beleza que o povo negro e a cultura negra representam”. O jornalista ressaltou ainda que ações como essa “promovem diálogo, conscientização e dão voz a debates urgentes que não podem mais ser silenciados”.

Quem também falou ao Vibe News foi o advogado Admar Fontes, que abordou o tema sob a perspectiva jurídica. Ele ressaltou a importância de compreender os direitos fundamentais, as legislações que combatem o racismo e o papel das instituições na garantia de ambientes seguros, inclusivos e de respeito.
“É super importante esse tema, a gente abordar esse tema nas escolas. Nós falamos hoje sobre cota racial, que recentemente ela foi ampliada para 30%. E é super válido essa discussão na escola, na sala de aula, para que o alunado, ele possa perceber que essas reparações do nosso governo, ela vem sendo feita a cada ano, claro, de uma forma mais lenta, mas ela está sendo reconhecida. E que essas cotas, elas precisam ser debatidas em sala de aula e levadas para o conhecimento deles, para que eles não achem que certo grupo foi beneficiado de forma atoa. E não é. É muito diferente quando a gente. A gente vê um aluno da periferia, vulnerável, em sua maioria população negra, que não tem as mesmas condições do que ele, que estuda na escola particular, que não tem o mesmo conteúdo escolar, disputar de forma igual, seria injusto isso. Então as cotas vêm também para reparar, mas também dar oportunidade a essas pessoas para que elas tenham também a mesma possibilidade de emprego, de garantia de direitos que as outras.”

O seminário marcou um importante movimento do Colégio Santo Antônio em direção à construção de práticas pedagógicas mais justas, representativas e transformadoras, reafirmando seu compromisso com a formação cidadã e a valorização da diversidade.
